31 outubro 2009

Soneto LVII, de W. Shakespeare




"Sendo Seu escravo, que poderia eu fazer a não ser curvar-me, entre as horas e os momentos do Seu desejo? 
Eu não tenho um tempo precioso a gastar, nem serviços a fazer até que a Senhora mande. 
Nem ouso reclamar da interminável espera, enquanto eu, minha Soberana, olho o relógio por Si. 
Nem penso no amargor da Sua ausência quando disseste ao Teu servo para adeus. 
Nem ouso indagar com meus pensamentos enciumados onde podes estar ou Seus assuntos supor. 
Mas como um triste escravo, espero e nada penso. 
Fique onde está, faça outros tão felizes quanto fizeste a mim... 
Bem verdade é que o Amor é um tolo que, sob a Sua vontade, embora faça de tudo para mostrá-lo, não vislumbra o Mal."

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada por comentar.